Eu saio na última paragem do V, que não vai a Brooklyn como todos os outros mas acaba em Manhattan. Por isso quando vem, está sempre quase vazio. Excepto, claro, no que toca a personagens. Eu entro e está uma jovem com umas calças pretas e um top de fato de banho sentada à minha frente. Ao meu lado, um homem que poderia ser qualquer dos meus amigos metaleiros daqui a 20 anos, cabeleira e barbicha, magro como um cão, vestido à grunge. Há 5 anos, podia ser como eu dali a 25, se eu fosse louro. A seguir entra outro homem, alto e de meia idade, calças de ganga, sapato e blazer, e tatuado desde as mãos até pelo menos metade da cara, e com ar de ódio à humanidade. Ao mesmo tempo uma anã gótica, calças de cabedal e maquilhagem branca à prova de bala
Vamos os 5 em silêncio até à 2ª avenida. Quando saímos, a primeira jovem levanta-se, e revela-se: não estava de calças, não. A fatiota consistia em cueca e soutien e saltos altos. Tudo embrulhado numa tela preta, opaca só mesmo até aos limites mais liberais da decência. Pelo menos servia-lhe.
8 de agosto de 2009
8 da noite, metro V
posto pelo Alexandre às 18:40 2 comentários
2 de agosto de 2009
Tropical
é o tempo por aqui, sem Sol, humidade sem tréguas e chuvas torrenciais todos os dias. Não sei se é culpa do parvalhão do Al Gore ou de Deus Nosso Senhor, mas é um Verão mesmo esquisito.
Ainda assim, ontem deu para sair, e ver que realmente ainda frequentamos sítios que já não são para a nossa faixa etária: Home Sweet Home cheio de animais empalhados e cheiro a cerveja caída no chão, e rocknroll e hipsters e o 169, na East Broadway, igualmente rançoso e divertido, sem animais empalhados, mas com cerveja a 3 dólares. Claro que sabia a água, mas o factor-hipster e o factor-recessão falam mais alto. Uma vez numa festa, um moço amigo nosso, de t-shirt e calças apertadas, queria-me convencer que aquela cerveja era mesmo boa e que ele a tinha comprado pelo sabor. Pois, a idade está a pesar, mas eu não me importo.
posto pelo Alexandre às 23:50 0 comentários